19 abril, 2016

Uma deusa, uma louca, uma feiticeira... mi Adelinetta! - Jovens de Elite, 1

Então me diga, lobinha. Quer punir aqueles que ofenderam você?

      Este livro tem elementos que eu amo, que estou de saco cheio e elementos que me surpreenderam. ''Um romance muito leve'' se você considerar só a foto da Marie Lu na orelha do livro. Esta obra é completamente dark, tanto onde ele deve tanto onde não deve e te causa aquele desconforto estranho de as coisas estão indo mal... MAL DEMAIS.




Sketch da personagem principal pela própria autora
  No enredo, nos deparamos com mais uma personagem principal como uma adolescente. Mais uma vez existem reis e rainhas com aquela atmosfera de idade média - Game of Thrones tem infectado tudo - mas com um toque de Itália renascentista, o cenário é muitas vezes luxuoso, temos esconderijos secretos. e sim... SIM! Adolescentes com poderes também.

Outro sketch da autora: Enzo, o príncipe
  Adelina tem uma vida de merda (não como a personagem de Casei com um Comunista, de Philiph Roth - não chegamos tão no fundo do poço ainda). Ela é como Cinderela, sem a madrasta... Mas seu pai consegue ser pior que todas as madrastas de todos os contos de fada. O livro todo contém relatos de violência física e psicológica partindo do pai de Adelina, tudo porque sofreu de uma doença - eles chamam de A Febre, mais ou menos como nesse livro aqui - que arrebatou 1/3 da população e deixou outro 1/3 com marcas pelo corpo, marcas estas que são facilmente reconhecíveis pois mudam a cor dos olhos, cabelos, aparecem manchas na pele. Claro que nossa protagonista não é isenta.

  Não bastando, todas as pessoas que carregam marcas são chamadas de malfettos... Malfettos são temidos, odiados, evitados. Sua própria existência coloca vergonha para o nome da família. Como era a família de Adelina, anteriormente rica e respeitada, agora sofre de 'sua' desgraça.

  Sua irmã Violetta, sofreu da febre mas não foi marcada por ela, por isso é mimada e amada pelo pai. Seu pai odeia. Adelina não tem um olho devido a doença. Ela é bonita, mas o livro nunca a torna esmagadora. Ela tem dúvidas, ela tem medos, de fato, é uma personagem bem real... Poderia ser pior para Adelina, já que alguns malfettos  são perseguidos e mortos pela Inquisição, mortos pois apresentam poderes, isso mesmo.
Adelina de gala
''Eu sou Adelina Amouteru, os fantasmas sussurraram para meu pai, pronunciando meus pensamentos mais assustadores em um coro de vozes que gotejavam ódio. Meu ódio. Não pertenço a ninguém. Esta noite, juro me erguer acima de tudo o que você já me ensinou. Vou me tornar uma força que este mundo nunca conheceu. Terei tanto poder que ninguém ousará me machucar de novo.''

  E é aí, meus amigos, que o caldo engrossa. Adelina libera seus poderes e bom, descobrimos como ela ganha o mérito de assassina, alémd e tudo ela também será assombrada pelo fantasma do pai desde ponto em diante. Depois disso ela é presa, mas é claro que ela é resgatada no momento que acendem a fogueira para carbonizar nossa protagonista de apenas 17 anos. E ela foi resgatada por nem mais nem menos do que o grande terror que assola as terras do rei: Os Jovens de Elite.
  Quando Adelina se dá conta, ela está no refúgio deste grupo que planeja nada mais nada menos que derrubar o rei - que inventou várias coisas ruins sobre os malfettos, dizendo que são eles que trazem a desgraça para o país e não seu péssimo governo -  e assumir o comando do país todo. Depois de ser gentilmente convidada pelo líder (clichê alert: pelo qual ela se apaixona no mesmo instante que o conhece)  nossa amiga aceita então fazer parte da causa deles, e começa a treinar para controlar e aprimorar seus poderes.


  A partir daí, o livro todo toma um rumo onde as coisas vão de 'feias' pra 'ferradas' em questão de páginas, e você já passa do seu limite de 'ok, isso faz parte da história, ter cenas onde os bonzinhos se dão mal'. Deixa eu avisar: não existem bonzinhos nesta história. Nenhum deles quer que você goste dele, e se parece querer, é como Adelina diz: bondade com amarras. Porque definitivamente, você não consegue sair da história gostando de nenhum deles. (Pode até gostar um pouco de Violetta, a queridinha, mas no final nem ela escapará da aversão do leitor). E isso é algo que te deixa fissurado pelo próximo volume! Aliás, meus parabéns pelo epílogo, Marie, ele é o arremate perfeito para prender o leitor na série.


Quanto maior, melhor pra aumentar a hype.
  Saindo pela Rocco aqui no Brasil, foi chamado de aposta do ano logo de cara.



Nenhum comentário:

Postar um comentário