04 abril, 2016

Adultério em Paris

Toda a história não passa de um delirío ficticio do autor, qualquer reclamação xingar nos comentários. 

 Serge Gainsbourg  era casado com Brigitte Bardot, que em 1968 tinha 22 anos e um caso com Jean Luc Gordard, porém Godard não sabia que Bardot também mantinha relações com Françóis Truffaut , seu vizinho de apartamento em Paris.

 Truffaut na época tinha apenas dezesseis anos e estava apaixonado por Brigitte, todas as terças e quintas por volta das duas e meia, visitava o apartamento de sua amada. Bebiam vinho tinto e comiam croissant do McDonald´s prometendo um dia fugirem juntos para a America do Sul.

 Do outro lado da cidade Godard estava trabalhando em seu mais novo longa metragem, a história de um vendedor de laranjas que mata sua esposa e filha ao descobrir que assistiam aos filmes comerciais de Hollywood enquanto ele labutava o dia todo para leva-las aos cinemas parisienses de vanguarda.  A critica dizia que a produção, intitulada Le Laranjeiro, era uma indireta afiada a Ana Karina, ex mulher do diretor, a quem ele não havia superado a separação e preferia vê-la morta do que trabalhando em filmes americanos.

  As segundas e quartas Brigitte se dedicava a Godard, eles iam nos cinemas pornôs da cidade e faziam amor ao ritmo de Aphroditte,  sucesso absoluto do gênero na época. Brigitte prometia a Godard que iria se separar de Gainsbourg e que os dois fugiriam para America do Sul e Godard dizia para Brigitte que se suicidaria por amor se ela não fizesse isso o mais breve, mas no fim ele só queria mesmo era fugir de Paris para esquecer Anna Karina.

 Os fins de semana ela passava com o seu marido Gainsbourg, jovem pianista que viajava durante dias pelos butecos europeus tocando jazz e rock´n rool, só voltando para casa nas sextas, que dedicava exclusivamente a sua deslumbrante esposa, que dizia não haver homem mais sensível e amoroso.  Porém algumas noites Brigitte pensava em Françóis e Jean Luc enquanto beijava Serge.  

 Certo dia Godard avistou Truffaut do outro lado da rua em um de seus sets de filmagem, o jovem rapaz andava a passos largos, com o seu habitual chapéu , terno surrado e cigarro na boca, em sua mãos carregava um buque de flores que havia comprado para sua pretende, era quinta-feira.

 Godard já desconfiado do muleque, que era cheio de charme e vivia comendo Bardot com os olhos, resolveu segui-lo com seu revolver calibre 38, enfiou o trabuco debaixo do casaco, largou sua panavision 70 mm e seguiu Truffaut como um cão farejando comida...podre.

 Quando chegaram no prédio,  Françóis subiu pelas escadas e Jean Luc preferiu o elevador,  para ganhar tempo e pegar o desgraçadinho no flagra, não deu outra, em poucos minutos o  jovem Truffaut estava recebendo palavras carinhosas e um beijo que só uma francesa saberia dar.

 Os sentimentos de Godard naquele momento talvez sejam indescritíveis por tamanho ódio e melancolia que o dominava, já não bastasse o divórcio recente com Anna Karina, ele ainda seria corno? Não mesmo!

 Godard engatilhou o revolver e meteu o pé na porta podre do apartamento, pegando os dois no flagra em uma intima relação de croissants e vinho tinto, que Brigitte num ato de surpresa, deixou esparramar pelo carpete.

‘’Agora eu vou matar você e essa meretriz, votre merde!’’ Disse o amante enfurecido num sotaque afrancesado.

 Truffaut apenas de cueca e chapéu, em um ato heroico entra na frente de Bardot se fazendo de escudo humano enquanto tenta se defender com palavras que só enfureciam mais seu rival.

‘’Ela não é minha nem sua, Brigitte é casada, você não...’’

 Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Godard já havia plantado três balas em seu corpo, não teve coragem de atirar em Bardot, apenas saiu correndo de volta aos sets de filmagem, que precisava finalizar o mais breve possível para sua estreia em Cannes.

 Atônita, Brigitte telefonou para a policia que veio acompanhada da mídia marrom pronta para divulgar a novela que renderia audiências avassaladoras na tv. Amor,  sangue e adultério para toda a sociedade francesa, não tendo outra alternativa, ela fugiu para Viena, onde Serge estava tocando e convenceu o marido de que tinham que se mudar imediatamente para um país bem longe, não precisou de muito para persuadi-lo, seus grandes olhos azuis e a boca carnuda pintada de vermelho já bastava. Eles foram para a América do Sul, acredita-se que Brasil ou Argentina, nunca se soube ao certo, apenas que viveram felizes para sempre.


 Truffaut ficou paraplégico e morreu semanas depois de sair do hospital, dizem que foi de amor, enquanto Godard nunca conseguiu finalizar Le Laranjeiro. Num ato de repudio a policia queimou todos os negativos do filme e o sentenciou a quinze anos de xilindró a qual cumpriu oito e depois virou atendente de um cinema de Filmes B nos EUA, onde trabalha até hoje.   


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